Agredecidos porque agraciados

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Ele é feliz, aquele leproso samaritano que reconhecia que ‘não tinha nada que não tivesse recebido’ (1Cor 4, 7). Ele ‘salvaguardou o que lhe tinha sido confiado’ (2Tim 1, 12) e voltou para o Senhor, dando-Lhe graças. Feliz daquele que a cada graça recebida volta Àquele em que se encontra a plenitude de todas as graças, porque se nos mostrarmos reconhecidos por tudo o que recebemos, preparamos em nós lugar para a graça em maior abundância. Com efeito, apenas a nossa ingratidão entrava os nossos progressos após a nossa conversão.
Feliz pois aquele que se olha como um estrangeiro e que dá grandes ações de graças mesmo pelas mais pequenas dádivas, segundo o pensamento de que tudo o que se dá a um estrangeiro e a um desconhecido é uma dádiva puramente gratuita. Pelo contrário, ficamos infelizes e miseráveis quando, após nos termos mostrado inicialmente timoratos, humildes e devotos, esquecemos em seguida como era gratuito o que recebemos.
Peço-vos então, meus irmãos, ponhamo-nos cada vez mais humildemente sob a mão poderosa de Deus (1P 5, 6). Ponhamo-nos com grande devoção em ação de graças e Ele conceder-nos-á a única graça que pode salvar as nossas almas. Demonstremos o nosso reconhecimento não apenas por palavras e levianamente, mas através das obras e na verdade.

(São Bernardo)

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