Árvore das dores

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Acorda, minha alma, exprime as tuas obras,
Que elas repassem diante dos teus olhos
E que deles brotem lágrimas.
Revela a Cristo os teus atos e pensamentos,
E serás justificada.
Tem piedade de mim, meu Deus, tem piedade de mim.


Na cruz, ó Verbo, Palavra de Deus, ofereceste por todos
O teu corpo e o teu sangue;
O teu corpo para recriar o meu,
O teu sangue para me lavar.
Cristo, entregaste o teu espírito
Para me levares ao teu Pai.


Foi ao coração desta terra que o seu Criador veio para nos salvar.
Quis ser pregado na árvore das dores
E deste modo o paraíso perdido foi reencontrado.
É por isso que és adorado pelo céu e pela terra,
Por toda a criação,
Pela multidão dos resgatados vindos de todas as nações.


Que o sangue e a água que jorraram
Do teu lado trespassado
Sejam para mim um banho batismal,
Uma bebida redentora.
E assim, ungido pelas tuas palavras de vida como por um perfume,
E recebendo-as como bebida,
Ficarei duplamente purificado, ó Verbo, Palavra de Deus.


A Igreja é o cálice que recebe
O jorro vivificante do teu lado,
Fluxo duplo e único de conhecimento e perdão,
Imagem dos Testamentos, o Antigo e o Novo,
Reunidos num só.
Tem piedade de mim, meu Deus, tem piedade de mim.

(Santo André de Creta)

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