Importa que ele cresça e que eu diminua…

“Deus não exige muito do nosso tempo, nem da nossa atenção. Ele não exige  nem todo o nosso tempo nem toda a nossa atenção é a nós mesmos que ele quer. Valem para todos nós as palavras de João Batista: ‘Importa que ele cresça e que eu diminua’. Deus será infinitamente misericordioso em relação às nossas falhas repetitivas; mas não conheço nenhuma promessa em que ele aceite uma negociação deliberada. Em última instância Ele não tem nada a nos oferecer a não ser a si mesmo; e Deus só pode nos dar isso, na medida em que nossa vontade auto-suficiente se retrai, abrindo espaço para ele em nossa alma. Não tenhamos dúvida em relação a isso. Não restará nada ‘de nós mesmos’ para vivermos nenhuma vidinha normal. (…) O que não podemos admitir de forma alguma – e deve ser admitido somente como um inimigo não derrotado, mas ao qual se resiste diariamente – é a ideia de que tenhamos algo ‘só nosso’ a conservar; alguma área de nossa vida que esteja fora do jogo e sobre a qual Deus não tenha nada a reivindicar.

Deus exige tudo de nós, porque Ele é amor e é próprio Dele nos abençoar. Mas ele não nos pode abençoar enquanto não nos possuir por completo. Sempre que tentarmos reservar uma área de nossa vida como propriedade nossa, estaremos reservando uma área onde impera a morte. Por isso é que ele exige, com todo amor, que nos entreguemos por inteiro. Sem chance de barganha.”

(C. S. Lewis – The Weight of Glory)

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