“Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me”

Cruz
(…) E Jesus, diante desta profissão de fé [a de Pedro em Lc 9, 21], renova a Pedro e aos demais discípulos o convite a segui-lo pela estrada exigente do amor até a Cruz. Também a nós, que podemos conhecer o Senhor mediante a fé em sua Palavra e os Sacramentos, Jesus dirige a proposta de segui-lo todos os dias, e também a nós lembra que, para sermos seus discípulos, é necessário que nos apropriemos do poder de sua Cruz, ápice de nossos bens e coroa de nossa esperança.
São Máximo, o Confessor, observa que “o sinal distintivo do poder de nosso Senhor Jesus Cristo é a cruz,
que ele carregou sobre os ombros” (Ambiguum 32, PG 91, 1284 C). De fato, a todos dizia: “Se alguém quer vir após mim, renegue-se a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me” (Lc 9,23). Tomar sua cruz significa empenhar-se em vencer o pecado que obstaculiza o caminho em direção a Deus, acolher diariamente a vontade do Senhor, intensificar sua fé especialmente diante dos problemas, das dificuldades, do sofrimento. A santa carmelita Edith Stein o testemunhou em um tempo de perseguições. Assim escrevia do Carmelo de Colônia em 1938: “Hoje compreendo... o que significa ser esposa do Senhor no sinal da cruz, ainda jamais o compreenderei plenamente, já que constitui um mistério... Quanto maior for a escuridão a nosso redor, maior deve ser a abertura de nosso coração para a luz que vem do alto” (La scelta di Dio. Lettere (1917-1942), Roma 1973, 132-133). Também nos dias de hoje, muitos são os cristãos no mundo que, animados pelo amor de Deus, assumem todos os dias sua cruz, seja nas provações diárias, seja aquela proveniente da barbárie humana, que por vezes requer a coragem do extremo sacrifício. Que o Senhor conceda a cada um de nós depositar sempre nossa sólida esperança n’ Ele, certos de que, ao segui-lo carregando nossa cruz, chegaremos com Ele à Luz da Ressurreição.
(…)
(Papa Bento XVI, Angelus dominical, 20.06.2010 via Zenit – Grifos nossos)

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