A vida dos primeiros cristãos

“Não se distinguem os cristãos dos demais, nem pela região, nem pela língua, nem pelos costumes. Não habitam cidades à parte, não empregam idiomas diversos dos outros, não levam gênero de vida extraordinária. A doutrina que se propõem não foi excogitada solicitamente por homens curiosos. não seguem opinião humana alguma, como vários o fazem.

(…) Seguem os costumes locais relativamente  ao vestuários, à alimentação a os restante estilo de viver, apresentando um estado de vida [político] admirável e sem dúvida paradoxal. moram na própria pátria, mas como peregrinos. Enquanto cidadãos, de tudo participam, porém tudo suportam como estrangeiros. (…) Casam-se como todos os homens e como todos procriam, mas não rejeitam os filhos. A mesa é comum, não o leito.

Estão na carne, mas não vivem segundo a carne. se a vida deles decorre na terra, a cidadania, contudo, está nos céus. Obedecem às leis estabelecidas, todavia superam-nas pela vida.

Amam a todos, e por todos são perseguidos. Desconhecidos, são condenados. São mortos e com isso se vivificam.

Pobres, enriquecem a muitos. Tudo lhes falta, e têm abundância de tudo. Tratado sem honra, e nestas desonras são glorificados. São amaldiçoados, mas justificados. Amaldiçoados e bendizem. Injuriados e tributam honras. Fazem o bem e são castigados qual malfeitores (…).

Para simplificar, o que é a alma no corpo, são no mundo os cristãos. (…) Residem no mundo, mas não são do mundo.”

Carta a Diogneto. Cap. V e VI.

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